Parece que cada vez mais cresce o número de interessados em chegar ao Alasca. Tivemos tantas pessoas nos perguntando dicas de como chegar ao extremo norte que resolvemos detalhar aqui o nosso roteiro. Separamos este post em duas partes: a IDA e a VOLTA.
Nossa subida sentido norte foi puxada, afinal o tempo era curto. Já era final de setembro e a neve ameaçava cair. O jeito então foi acelerar para nāo ficarmos ilhados com os ursos e caribous.
![O caminho de ida para o Alasca.](/wp-content/uploads/2014/11/Captura-de-tela-2014-11-25-21.19.37-1.jpg?resize=1024%2C575)
O caminho de ida para o Alasca.
Cruzamos a fronteira Estado Unidos / Canadá no dia 17 de setembro de 2014 pela cidade de Sumas no estado de Washington. Já sabíamos que o preço do diesel canadense era mais alto que o americano, por isso tratamos de encher o tanque. As estradas nesta região do Canadá estão em ótimas condições e sem nenhum pedágio. Isso foi ótimo porque cruzamos a fronteira sem nenhum dólar canadense.
Nossa primeira noite no Canadá foi em Hope, no estado de British Columbia. Ficamos no camping Telt Yet, por CAD$ 17 dólares canadenses – o camping é simples na beira de um riacho e dentro do centro da pequena cidade. O banheiro pode assustar, mas o chuveiro é quente e é isso que importa.
Na manhã seguinte seguimos até Vanderhoof, também em British Columbia. O caminho até aqui é em estrada simples mas muito bem conservada. Muitas vezes é possível cruzar com caçadores com suas caminhonetes cheias de chifres de elk. Não se espante, a prática é comum por aqui e teoricamente eles caçam para comer.
![As boas vindas no parque, casal de elk.](/wp-content/uploads/2014/11/Yelowstone1-2.jpg?resize=840%2C560)
Casal de elk
De Vanderhoof seguimos para Hyder, nossa primeira cidade no Alasca. Fazia muito frio, caia uma chuva fina e estávamos exaustos de tanta estrada. Mas não desanimamos e fomos curtindo o caminho cheio de geleiras enormes que chegam bem pertinho da estrada. A paisagem dá a real sensação de chegar ao fim do continente. Enfim, Alasca!
Ali entendemos que a viagem estava apenas começando, era o primeiro ponto do Alasca mas ainda faltava muita estrada para chegar mais ao norte. Nos despedimos de Hyder na manhā seguinte ainda debaixo de chuva e muito frio. Tínhamos a esperança de ver algum urso pescando salmão, e partimos com um semi-sucesso. Vimos um urso na beira da estrada e entrando no riacho, ficamos empolgados mas logo ele desapareceu dentro da mata. Mesmo assim, conseguimos o registro do bicho!!
![Urso grizzly tentando pescar! Urso](/wp-content/uploads/2016/01/Urso.jpg?resize=1024%2C660)
Urso grizzly tentando pescar!
Nossa ideia era acelerar para chegar logo em Fairbanks, mas já estávamos dirigindo a mais de 500 km desde que deixamos Hyder e estávamos cansados. No meio do caminho encontramos nossos novos amigos do Viajando nós 4×4, a Jô e o Amandio. A alegria foi geral e o jeito foi procurar um camping para que a gente pudesse dividir nossas histórias. Encontramos o camping da província de Boya Lake, um camping simples, sem chuveiro, sem energia elétrica mas com a vista de um lago maravilhoso. O valor era de CAD$ 23,00 dólares canadenses e que foi dividido entre os dois carros porque ocupamos apenas uma vaga.
Foi em Boya Lake a primeira vez que vimos a Aurora Boreal. Aconteceu pouco depois das dez da noite e por mais de uma hora. O lugar foi perfeito para a observação, como não há energia elétrica e estamos longe de qualquer cidade o céu era o único ponto de iluminação porque nesta noite até a lua resolveu descansar.
![AuroraBoreal](/wp-content/uploads/2014/11/AuroraBoreal.jpg?resize=1024%2C683)
Aurora Boreal
Nosso próximo destino foi Teslin, também no Canadá. Foi mais uma noite de Aurora Boreal. Logo depois de finalizar nosso jantar, por volta das nove horas da noite, o fenômeno já estava acontecendo. E assim foi até a hora que a gente pegou no sono. Ficamos enrolados nos cobertores dentro da barraca e assistindo tudo lá de dentro. É difícil encarar o frio por aqui, mas vale a pena para viver esta experiência da aurora.
De Teslin fizemos uma pequena parada em Carcross, um mini deserto. Na verdade o lugar é composto de muitas dunas de areia fininha e que assemelha ao deserto. Porém, não é considerado um deserto por conta da temperatura. De qualquer forma, a aventura é o que vale. Fazia tempo que não nos divertíamos com o Brasileirinho em dunas. Valeu a brincadeira.
![Carcross, um 'mini-deserto'.](/wp-content/uploads/2014/11/IMG_0675.jpg?resize=1024%2C682)
Carcross, um ‘mini-deserto’.
Dali seguimos para Skagway, no Alasca. A cidade é uma gracinha, bem turística e é ali que param os grandes navios que trazem gente do mundo inteiro para conhecer o Alasca. Embarcamos o Brasileirinho em um ferry até Haines. Para cruzar em ferry custou U$ 100,00 com o embarque do carro. É caro mas também é inevitável, já que para chegar em Haines por terra você dará uma volta enorme. O caminho de ferry impressiona, sāo imensas montanhas com inúmeras cachoeiras e muitos pássaros. A beleza que só o Alasca consegue mostrar.
Em Haines fomos logo procurar a ponte onde nos disseram que era possível ver a águia americana e muitos ursos pescando. Não teve erro, chegamos lá e encontramos tudo exatamente como nos contaram: muitas águias americanas, urso pescando salmão e homens pescando usando a técnica do fly-fish. Aquilo é cenário de filme, imperdível!!
Nesta noite dormimos na beira do lago, ali poucos metros de onde vimos os ursos. Aproveitamos que outro casal canadense também se aventurou a dormir por ali e nos juntamos a eles.
De Haines nos despedimos com um bom almoço em um restaurante tailândes, o Chilkat Bakery and Restaurant. Não perca a oportunidade de comer lá: a dona é muito querida, a comida é maravilhosa e a torta de nozes pecã é de comer pensando em pedir mais duas para viagem!
Passamos a noite em Destruction Bay. Este caminho entre Haines e Fairbanks pode ser cansativo, a estrada é boa mas raramente você cruza com outros carro (pelo menos nesta época do ano, final de setembro). A paisagem é bonita e fique atento para os inúmeros bichos que vão ser vistos pela estrada.
Finalmente saímos de Destruction Bay para chegar em Fairbanks. Este foi nosso último destino no norte e o lugar que enfim colocamos o ponto final de Alasca. Sem dúvida uma emoção imensa chegar ali! Foi como dar cor a todos os nossos sonhos: ver urso pescando salmão, ver bichos que nem mesmo sabíamos os nomes, assistir a Aurora Boreal e pisar no Alasca.
Se você realmente quer chegar ao Alasca, se prepare! A estrada é longa e a emoção vai mexer com seu coração.
Abaixo listamos todas as cidades onde dormimos no nosso caminho de ida. Caso tenha qualquer dúvida nos escreva:
A gente responde com o maior carinho.
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![Subindo para o Alaska As cidades listas são os lugares que dormimos na IDA.](/wp-content/uploads/2014/11/Captura-de-tela-2014-11-25-21.21.14-2.jpg?resize=496%2C279)
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