Parece que cada vez mais cresce o número de interessados em chegar ao Alasca. Tivemos tantas pessoas nos perguntando dicas de como chegar ao extremo norte que resolvemos detalhar aqui o nosso roteiro. Separamos este post em duas partes: a IDA e a VOLTA.
Nossa subida sentido norte foi puxada, afinal o tempo era curto. Já era final de setembro e a neve ameaçava cair. O jeito então foi acelerar para nāo ficarmos ilhados com os ursos e caribous.
Cruzamos a fronteira Estado Unidos / Canadá no dia 17 de setembro de 2014 pela cidade de Sumas no estado de Washington. Já sabíamos que o preço do diesel canadense era mais alto que o americano, por isso tratamos de encher o tanque. As estradas nesta região do Canadá estão em ótimas condições e sem nenhum pedágio. Isso foi ótimo porque cruzamos a fronteira sem nenhum dólar canadense.
Nossa primeira noite no Canadá foi em Hope, no estado de British Columbia. Ficamos no camping Telt Yet, por CAD$ 17 dólares canadenses – o camping é simples na beira de um riacho e dentro do centro da pequena cidade. O banheiro pode assustar, mas o chuveiro é quente e é isso que importa.
Na manhã seguinte seguimos até Vanderhoof, também em British Columbia. O caminho até aqui é em estrada simples mas muito bem conservada. Muitas vezes é possível cruzar com caçadores com suas caminhonetes cheias de chifres de elk. Não se espante, a prática é comum por aqui e teoricamente eles caçam para comer.
De Vanderhoof seguimos para Hyder, nossa primeira cidade no Alasca. Fazia muito frio, caia uma chuva fina e estávamos exaustos de tanta estrada. Mas não desanimamos e fomos curtindo o caminho cheio de geleiras enormes que chegam bem pertinho da estrada. A paisagem dá a real sensação de chegar ao fim do continente. Enfim, Alasca!
Ali entendemos que a viagem estava apenas começando, era o primeiro ponto do Alasca mas ainda faltava muita estrada para chegar mais ao norte. Nos despedimos de Hyder na manhā seguinte ainda debaixo de chuva e muito frio. Tínhamos a esperança de ver algum urso pescando salmão, e partimos com um semi-sucesso. Vimos um urso na beira da estrada e entrando no riacho, ficamos empolgados mas logo ele desapareceu dentro da mata. Mesmo assim, conseguimos o registro do bicho!!
Nossa ideia era acelerar para chegar logo em Fairbanks, mas já estávamos dirigindo a mais de 500 km desde que deixamos Hyder e estávamos cansados. No meio do caminho encontramos nossos novos amigos do Viajando nós 4×4, a Jô e o Amandio. A alegria foi geral e o jeito foi procurar um camping para que a gente pudesse dividir nossas histórias. Encontramos o camping da província de Boya Lake, um camping simples, sem chuveiro, sem energia elétrica mas com a vista de um lago maravilhoso. O valor era de CAD$ 23,00 dólares canadenses e que foi dividido entre os dois carros porque ocupamos apenas uma vaga.
Foi em Boya Lake a primeira vez que vimos a Aurora Boreal. Aconteceu pouco depois das dez da noite e por mais de uma hora. O lugar foi perfeito para a observação, como não há energia elétrica e estamos longe de qualquer cidade o céu era o único ponto de iluminação porque nesta noite até a lua resolveu descansar.
Nosso próximo destino foi Teslin, também no Canadá. Foi mais uma noite de Aurora Boreal. Logo depois de finalizar nosso jantar, por volta das nove horas da noite, o fenômeno já estava acontecendo. E assim foi até a hora que a gente pegou no sono. Ficamos enrolados nos cobertores dentro da barraca e assistindo tudo lá de dentro. É difícil encarar o frio por aqui, mas vale a pena para viver esta experiência da aurora.
De Teslin fizemos uma pequena parada em Carcross, um mini deserto. Na verdade o lugar é composto de muitas dunas de areia fininha e que assemelha ao deserto. Porém, não é considerado um deserto por conta da temperatura. De qualquer forma, a aventura é o que vale. Fazia tempo que não nos divertíamos com o Brasileirinho em dunas. Valeu a brincadeira.
Dali seguimos para Skagway, no Alasca. A cidade é uma gracinha, bem turística e é ali que param os grandes navios que trazem gente do mundo inteiro para conhecer o Alasca. Embarcamos o Brasileirinho em um ferry até Haines. Para cruzar em ferry custou U$ 100,00 com o embarque do carro. É caro mas também é inevitável, já que para chegar em Haines por terra você dará uma volta enorme. O caminho de ferry impressiona, sāo imensas montanhas com inúmeras cachoeiras e muitos pássaros. A beleza que só o Alasca consegue mostrar.
Em Haines fomos logo procurar a ponte onde nos disseram que era possível ver a águia americana e muitos ursos pescando. Não teve erro, chegamos lá e encontramos tudo exatamente como nos contaram: muitas águias americanas, urso pescando salmão e homens pescando usando a técnica do fly-fish. Aquilo é cenário de filme, imperdível!!
Nesta noite dormimos na beira do lago, ali poucos metros de onde vimos os ursos. Aproveitamos que outro casal canadense também se aventurou a dormir por ali e nos juntamos a eles.
De Haines nos despedimos com um bom almoço em um restaurante tailândes, o Chilkat Bakery and Restaurant. Não perca a oportunidade de comer lá: a dona é muito querida, a comida é maravilhosa e a torta de nozes pecã é de comer pensando em pedir mais duas para viagem!
Passamos a noite em Destruction Bay. Este caminho entre Haines e Fairbanks pode ser cansativo, a estrada é boa mas raramente você cruza com outros carro (pelo menos nesta época do ano, final de setembro). A paisagem é bonita e fique atento para os inúmeros bichos que vão ser vistos pela estrada.
Finalmente saímos de Destruction Bay para chegar em Fairbanks. Este foi nosso último destino no norte e o lugar que enfim colocamos o ponto final de Alasca. Sem dúvida uma emoção imensa chegar ali! Foi como dar cor a todos os nossos sonhos: ver urso pescando salmão, ver bichos que nem mesmo sabíamos os nomes, assistir a Aurora Boreal e pisar no Alasca.
Se você realmente quer chegar ao Alasca, se prepare! A estrada é longa e a emoção vai mexer com seu coração.
Abaixo listamos todas as cidades onde dormimos no nosso caminho de ida. Caso tenha qualquer dúvida nos escreva:
A gente responde com o maior carinho.
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