Quando recebemos o Brasileirinho na Europa, lá no dia 24 de agosto de 2015 já tínhamos definido um roteiro para fazer com o carro: dirigir para o norte até a Escandinávia, ou seja dirigir pela Noruega, Suécia e Dinamarca e talvez Finlândia. Porém aos poucos fomos mudando de ideia sem nem mesmo reconsiderar o primeiro plano – o verão na Europa estava delicioso e cada vez mais queríamos curtir o clima de praia e cada vez menos queríamos usar nossas roupas de frio. Foi assim, sem nem discutir muito que pegamos o carro e mudamos totalmente o roteiro: vamos dirigir até Portugal e voltar!
Hoje posso falar que foi uma decisão acertada. O mês de setembro é ótimo para curtir este lado da Europa: Portugal, Espanha, França e Alemanha ainda guardam um pouquinho de sol para este mês e o melhor os preços são de baixa temporada.
Chegamos em Portugal depois de atravessar o norte da Espanha. A nossa entrada no país foi no dia 1º de setembro pela região do Rio Douro. Um lugar lindo com largos campos de oliveiras e muitas vinícolas pela estrada! A estrada que chega na cidade de Porto (não pedagiada) vai o tempo todo margeando o rio e passando por pequenas cidades que encantam!
Já era fim de tarde quando passamos por uma ponte linda e vimos alguns motorhome estacionados. Logo imaginamos que também poderíamos passar a noite ali, sem pagar nada. Debaixo da ponte e na beira do rio era uma área de lazer, com pista para corrida, entrada de um parque e até um clube com academia. Paramos o carro ali e perguntei na academia se poderíamos tomar um banho lá. O rapaz nos explicou que era o primeiro dia de funcionamento da academia pós-férias e que hoje seria um dia tranquilo, então poderíamos sim tomar banho tranquilamente. Eba! Com nossas bolsa de banho seguimos para a academia felizes da vida! Era um sentimento muito bom naquele momento: chegamos em Portugal o país que estávamos ansiosos para conhecer, acampando em um lugar lindo e finalmente gastando abaixo da nossa previsão!
Fizemos um lanchinho rápido, sentamos para ler e ver o pôr do sol no rio Douro e depois de um chá um português bem curioso veio conversar com a gente. Ali já sentimos o carinho que os portugueses tem pelos brasileiros. O portuga não parava de falar e estava super animado com a nossa viagem. Trocamos cartões e nos despedimos, só que passou dois minutos ele voltou com outro assunto: disse que tinha medo de avião e por isso pouco viajava. Conversamos mais um tempo e novamente nos despedimos… dali a pouco volta o português falante e animado. Foram três apertos de mão para se despedir e o portuga foi finalmente embora mas com vontade de falar mais um pouquinho.
Entramos na barraca rindo da situação e logo dormimos, porém no meio da noite escutamos alguns carros saindo dali e um senhor dizendo que era proibido acampar naquele lugar. Nós dois não sabíamos o que fazer. Abrimos a barraca para ver lá fora e quase todos os motorhomes já tinham ido embora. Como o senhor não veio falar com a gente fizemos de conta que não sabíamos de nada e dentro da barraca ficamos quietinhos.
No dia seguinte, fechamos a barraca e pegamos estrada bem cedinho. Mas não andamos muito e vimos uma feira acontecendo no centro da cidade de Peso da Régua. Quem acompanha a gente sabe que adoramos uma feira, é um lugar democrático, cheio de vida e ótimo para acompanhar os costumes locais. Compramos algumas coisinhas para comer na estrada e logo paramos em frente uma padaria.
Posso falar que bateu uma emoção entrar na padaria e pedir no balcão um pão na chapa e uma média. Tudo bem que o atendente não entendeu muita coisa porque aqui a média se diz ‘galão’ e pão na chapa ele não entendeu então tivemos que apontar.
De Peso da Régua seguimos para a cidade de Porto. Encontramos um camping não muito afastado da cidade e com um preço bom, ficamos uma noite no Parque de Campismo de Salgueiros e de lá seguimos para conhecer a cidade de Porto. A Eliana é um anjo que nos acompanha pelo facebook e nos convidou para ficar na casa dela em Porto. Ela nos levou para comer um autêntico bacalhau do Porto e experimentar deliciosos vinhos. Foram dias ótimos na companhia dela e das gatinhas dela – a Olga e a Serena. Aproveitamos para fazer alguns ajustes no nosso site e também procurar um mecanico para mexer no Brasileirinho. O mecânico da confiança dela infelizmente estava de férias e tivemos que procurar outro.
Deixamos Porto já com saudades, mas o clima melhorou e queríamos curtir mais de Portugal. Seguimos para Aveiro e Costa Nova duas cidades ao sul de Porto e bem turísticas. Aveiro porque é considerada a Veneza de Portugal e Costa Nova porque chama atenção pelas casas coloridas e divertidas! Passeamos um pouco e paramos para dormir na praia, vimos alguns carros encostados e logo abrimos a nossa barraca. Foi gostoso de novo acampar em frente ao mar e finalmente em Portugal!
No dia seguinte seguimos para Coimbra, cidade conhecida por ter uma das faculdades mais antigas de Portugal. Passeamos pelo centro e dentro da faculdade. Curtimos bastante o clima universitário do lugar apesar de ser domingo.
Resolvemos voltar para Porto na casa da Eliana e tentar novamente o outro mecanico, de qualquer forma precisavamos trocar a correia do Brasileirinho. Foi o que fizemos, neste meio tempo o Xixo da Nossa Grande Viagem nos enviou uma mensagem avisando que chegaria no dia seguinte em Porto e queria nos encontrar.
Passamos mais uma noite deliciosa com a Eliana e no dia seguinte saimos de Porto com o Xixo e a Veridiana, seguimos novamente para Aveiro e dormimos por la depois de jantarmos todos juntos.
De Aveiro seguimos para Sintra, uma vila fofa que fica perto de Lisboa e que merece a visita. Com o Xixo e a Veridiana assamos sardinhas a la portuguesa na nossa nova aquisição, uma pequena churrasqueira.
Depois de mais de 10 dias em Portugal já chegava a hora de partir. Seguimos para Lisboa onde exploramos a cidade durante todo o dia. Aproveitamos para comer mais um pouquinho do bacalhau de Portugal em um boteco da capital.
Ainda queríamos visitar o sul de Portugal, a região de Algarve, mas o tempo estava apertado para nós pois queriamos ainda encontrar uma amiga no sul da Espanha e para isso precisaríamos acelerar.
Mesmo assim conseguimos curtir um dia do visual da região e dormimos em Gale, em um camping delicioso na beira mar e com esta vista aqui.
Saímos de Portugal com dor no coração e vontade de ficar mais um mês. Primeiro porque os preços são bons, as atrações são mil, a comida deliciosa e os portugueses tem realmente muito em comum com nos brasileiros (ou vice-versa).
Segundo porque este é o país que mais nos aproxima de casa, não só pelas semelhanças culturais e históricas mas também por localização geográfica mesmo. Depois de Portugal cada quilômetro que percorremos nos distanciamos mais da nossa casa!
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