No início a ideia era desbravar o mundão, conhecer belas paisagens, se jogar para o desconhecido. Afinal, para nós viagem significava aqueles poucos dias do ano que realmente vivíamos a vida que sempre sonhamos.
No planejamento da volta ao mundo de carro escolhemos os destinos baseados na beleza do lugar e no custo que teríamos que bancar. A rota foi traçada e logo já começamos a imaginar as fotos que teríamos, as experiências vividas e a coleção de vídeos que iríamos gravar…
E dai com todo esse entusiasmo, essa ansiedade de viver e as expectativas lá em cima caímos na estrada… e a realidade se mostrou outra. Os destinos realmente são lindos, as fotos até que ficaram bacanas e os vídeos ok. Mas e daí? E aquela magia toda? O que aconteceu? Parece que faltava algo. Será que somos mesmo essa geração dos “insatisfeitos”?
Aos poucos fomos percebendo que a jornada só fica realmente interessante quando estamos em contato com outras pessoas. Só quando conseguimos nos entregar, interagir e viver uma troca de experiência que sentimos a viagem completa. O lugar importa, claro, mas se chegamos em um cenário maravilhoso – coisa de filme, mesmo – e estamos doentes, com pouca disposição e nenhuma vontade de interagir com outras pessoas, então a magia vai embora e tudo perde graça.
Foi observando a vida dos locais, aceitando convites inusitados e entendendo seus valores que acabamos tendo as melhores experiências da viagem. Hoje quando nos perguntam: ‘qual o lugar você mais gostou?’ Comumente respondemos com os lugares onde nos divertimos muito com outras pessoas. Não conseguimos separar o lugar das pessoas, as experiências que vivemos valem muito mais.
A viagem em si é maravilhosa, mas ela fica perfeita quando você compartilha momentos com pessoas reais, e aqui eu me refiro àquelas que estão na sua frente e não à quantidade de likes nas mídias sociais.
O que torna uma viagem especial? Para mim, a viagem só é completa quando compartilhada, quando mais de uma pessoa faz parte da história, quando as memórias são feitas de encontros, de perrengues e vitórias. Ela se torna especial quando descubro novos valores, quando desfaço dos meus preconceitos, quando aprendo com alguém coisas novas.
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