Depois que deixamos Karagandy, no Casaquistão, seguimos para o lago Balcache na metade do caminho para Almaty. Até entāo o Brasileirinho estava bonzão, o barulho do motor não estava exatamente como era antes, mas tava muito bom. Nenhuma trepidação, nenhum sinal que a coisa ia degringolar…. seguimos felizes mas ainda suspeitando que precisávamos dar uma geralzona do carro.
Em Almaty começou um barulho diferente, como um TEC TEC TEC… na oficina da ARB de Almaty os mecânicos não conseguiram encontrar o problema. Mesmo assim continuamos nossa saga e com ajuda da nossa nova família kazak que estava nos recebendo fomos para um outro mecânico, especialista em diesel. Ele acabou nos falando a mesma coisa que os anteriores falavam: o barulho é por conta do diesel ruim. A gente não acreditava muito que este era o problema, até porque o Brasileirinho nunca reclamou de diesel (mesmo o da Bolívia foi tranquilo) e também estávamos usando aditivos a cada novo tanque…
O mecânico então disse que tiraria o tanque para limpar e com isso tudo ficaria bem. Não ficou. Mesmo com o tanque limpo e o melhor diesel do Casaquistão com aditivo… o barulho continuava. Decidimos seguir viagem até porque o nosso visto no Casaquistão estava vencendo. Faltando alguns quilômetros para chegar na fronteira do Casaquistão com a Rússia o barulho agravou e nós decidimos parar, o motor ligava mas a gente não queria continuar forçando. Foi a melhor decisão para o carro, mas não para nós… porque em poucas horas escureceria e ainda não tínhamos lugar para dormir. Com a ajuda de dois russos fomos rebocados por um Lada, e um deles nos convidou para dormir na casa dele – mesmo a gente insistindo para ficar em um hotel (e juro, tudo que eu queria naquela noite era não dormir na casa de alguém) – mas os russos tomam o não de um convite como ofensa e lá fomos nós dormir no sofá cama do cara. No fundo o Sacha, o nosso russo anfitrião foi um querido mas não podia nos ajudar muito. Decidimos colocar o Brasileirinho em um caminhão munck e levar até Barnaul, 320 km dali.
Lá já chegamos direto na oficina do Dimmi e do Wadim, mas o mecânico mesmo é o Cergei… e ele é o melhor mecânico que poderíamos pedir. Ele é daqueles que deixa a gente xeretar, deixa a gente assistir tudinho que ele está fazendo, aceita perguntas idiotas e responde com a calma de um mestre. Ele alias gosta quando estamos perto dele e do carro, isso é muito bom! Ali fomos tranquilizados, logo encontramos o problema: o balancim estava solto.
Agora estamos aqui em Barnaul aguardando as peças chegarem do Brasil, mais uma vez o Brasileirinho e a estrada ensinam que não somos donos do nosso tempo e que temos que aceitar mais e questionar menos. Tudo está sendo um aprendizado e vamos contando aos poucos para vocês.
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