Entramos na Espanha no dia 28 de agosto de 2015 pelo nordeste, na região do país basco. O país basco é uma região situada no nordeste da Espanha e sudeste da França e que busca sua independência destes dois países. O lugar ficou famoso pelos movimentos separatistas liderados pelo grupo ETA e principalmente pelos atentados terroristas assumidos pelo grupo. O mais recente foi em 2006 em Madrid matando duas pessoas. Mas daqui também é famoso o quadro de Pablo Picasso chamado Guernica que representa o bombardeio sofrido pela vila de mesmo nome situada nesta região.
Nós apenas nos demos conta de que esta era exatamente a região separatista da França e Espanha porque vimos pichaçōes nas estradas e também na porta do banheiro do Parque Aiako Harria, onde acampamos de graça naquela noite.
Também aos poucos fomos nos dando conta que ali fazia parte de um dos roteiros para o ‘Caminho de Santiago’. A região é linda de explorar, com montanhas bem íngremes e produtora de muitos produtos agrícolas. Como já mencionamos algumas vezes gostamos muito de evitar as rodovias pedagiadas, isso nos mostra bastante do interior do país e assim conseguimos observar a cultura local – sem contar que nos salva alguns $$.
No dia seguinte dirigimos até Pamplona, uma cidade que nos encantou – bem típica espanhola, famosa pelos touradas, pinchos (que são as tapas) e por ser mais uma cidade rota do Caminho de Santiago. Fomos até o centro de informações turistas, pegamos um mapa e em uma manhã conseguimos explorar todos os pontos. Como os pinchos estão por toda parte, não resistimos e pedimos em pé mesmo em um bar uma cerveja e um pincho – que nada mais era que uma torrada com queijo brie, cebola caramelizada e alguma outra coisa – maravilhoso!
Dali seguimos para a capital espanhola. Antes mesmo de chegar em Madrid passamos por uma linda região entre Pamplona e Madrid de muitos cânions e rios. É possível encontrar miradores na estrada para ver os condores que são frequentes na região, fizemos uma pequena pausa para um almoço rápido e o Renan (que não gosta de futebol) disse que seria legal se rolasse uma partida do Real Madrid para ver os caras jogando.
Chegamos no camping em Madrid, eu fui direto para o banho e assim que saio do banheiro ele já falou que naquela noite iria rolar um jogo e o ingresso não era dos mais caros. Nos apressamos para tentar comprar o ingresso na porta do estádio, entramos no metro e a galera já estava toda uniformizada e cantando o hino do Real Madrid. Não tem como não se animar, a gente já tava sentindo uma emoção do que seria. Na porta do estádio vários cambistas ofereceram mas conseguimos comprar na bilheteria mesmo, o vendedor foi gente boa e nos deu um lugar bacana com um preço razoável. Conseguimos entrar logo depois do hino e sentamos muito perto do gramado. Vimos o brasileiro Marcelinho, o português Ronaldo Cristiano, mas quem apavorou mesmo foi o colombiano James. Marcou dois gols, sendo um de bicicleta. O coitado do outro time Real Betis perdeu de 5×0, até pênalti no jogo teve. Foi pura emoção inclusive para a gente que nem é fã, o que mais me encantou é que o evento é para todos. Tinham vovós sentadas na nossa frente e ao lado uma família inteira. Adoramos!
Madrid segue a expectativa de toda capital européia: igrejas, palácio real, parques, bairros boêmios, mercado e praças com monumentos históricos. Como a gente anda fugindo um pouco disso, fizemos o roteiro turístico básico da capital e aproveitamos os outros dias para seguir no nosso ritmo e aproveitar para descansar no camping.
O Renan ainda queria comer um legítimo jamón serrano pata-negra, o presunto (jamón) espanhol. A região de Salamanca é uma das famosas pela produção e foi para lá que seguimos.
Foi só uma passagem pelas pequenas cidades na região de Salamanca, mas foi bem gostoso. Conseguimos achar um pata-negra com preço acessível e levamos 100 gramas desta especiaria deliciosa. Também passamos um bom tempo sentados em um boteco bem local com muitos homens e criança que falavam um espanhol arrastado, sentamos para uma cervejinha e uns bolinhos fritos de carne.
Sabíamos que ainda chegaríamos aquela noite em Portugal e portanto fomos aos poucos dirigindo sentido oeste para atravessar a fronteira sem ficar melancólicos em se despedir da Espanha, afinal teríamos que atravessar pelo sul do país no nosso retorno. Portanto, demos um Hasta luego España! E um ‘muito prazer, Portugal!’
Você pode ler a nossa volta a Espanha neste post aqui. Ou nosso relato sobre Portugal aqui.
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